RELAÇÃO SEMPRE DIFICIL

RELAÇÃO SEMPRE DIFICIL

Encontrei este artigo de opinião no blog do F. C. Pedras Rubras. Como é uma opinião da qual eu também comungo decidi colocar aqui, fazendo das palavras do mister Pedro, as minhas.

 

Para ler e reflectir.

 

 

"Há imenso tempo que não escrevia uma opinião neste meu blogue, muito por culpa do meu tempo disponível, mas como me encontro de férias (2 dias) decidi reflectir um pouco sobre uma situação que me continua a fazer confusão.

 

No desporto rei (futebol) o que dita o nosso sucesso ou insucesso como treinador é o que fazemos de bom (resultados), mas tão depressa somos os melhores, como mais rapidamente medíocres, isto porque tomamos as piores opções, não temos nenhuma visão de jogo, e, pior ainda, deixamos os filhos no banco ou não os colocando a jogar por algum motivo, mas, infelizmente, mesmo com os resultados da uma equipa a serem bastante positivos, e as opções as mais correctas, isentas e justas, existem sempre aqueles que não concordam, e pedem satisfações aos treinadores.

 

No meu entender, na formação, e principalmente nos escalões mais pequenos (escolas, infantis e iniciados), os resultados devem passar para segundo plano, tendo em conta a formação de jovens desportistas, é mesmo isso que a palavra indica, 

 

FORMAÇÃO, quer ao nível desportivo como cívico e ético. Com isto considero que qualquer treinador deva ser avaliado pela sua competência em aspectos mais relevantes, por aspectos que marcam a vida de um atleta, e não, por um ou outro pai que só porque o seu filho não joga sempre, ou fica no banco de suplentes um ou outro jogo, vem logo para a praça pública afirmar que a pessoa responsável pela equipa não presta ou não respeita os atletas.

 

Nós treinadores, é certo temos que ter a capacidade de diálogo quer para os atletas quer para pais, mas dai até que ter que justificar aos encarregados de educação o porquê de não colocarmos os filhos a jogar é outra coisa.

 

Mas será que os pais também vão à escola perguntar aos professores porque é que os filhos não vão mais vezes ao quadro?

 

Para o atleta é extremamente importante que na fase de aprendizagem exista alguém que os guie, que esteja disponível para os ouvir, corrigir, incentivar, justificar, e, nestas alturas, o treinador é a pessoa indicada. Ele deve funcionar como um amigo, um educador, porque sabemos que cada vez mais os pais têm menos tempo para os seus educandos, e muitas vezes acabam eles por ser a causa do abandono dos filhos do futebol, ou por falta de acompanhamento desportivo, ou então, pelo facto de não saberem estar no desporto, envergonhando os próprios filhos perante os amigos com atitudes menos dignas.

 

Quantas e quantas vezes, vemos os pais a disparatar com o treinador para o terreno de jogo só porque o filho não joga, ou então joga pouco, e, é nestas circunstância que o treinador é besta ou bestial. Em vez deste tipo de situações os pais deveriam focar-se naquilo que é mais importante para o futuro dos seus filhos, a formação ética/cívica. Eu bem sei que todos queremos ganhar, mas muito mais o clube, jogadores e os seus treinadores do que qualquer pai.

 

Aqui o que está em causa é a formação, e formação é FORMAR, e no formar não faz parte os pais estarem de fora do campo a dizer para o seu filho fazer diferente do que o treinador indica, ou quando o filho é substituído insultar o treinador e dizer que ele não percebe nada de futebol, e pior ainda, quando não joga um jogo porque o treinador assim decidiu, pedir justificações a quem lida com eles quase diariamente.

 

Este tipo de situações só causa desconforto e pressão nos atletas, que se vêm ali sem saber o que fazer, ouvir e respeitar o pai, ou o treinador e directores que o acompanham a ele, e aos restantes colegas de equipa.

 

Isto é a mesma coisa que dizer a um pedreiro, que ao construir uma habitação, no meio dos tijolos somente se coloca areia…Como reagiria o pedreiro???"